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Inspirada no artigo de Adeli Sell: “Gordofobia no país da fome e dos obesos”, publicado neste Zona Norte Jornal, pensei em tratar de algo que parece ser um problema mundial, a obesidade infantil.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. O Relatório da Obesidade 2022 concluiu que a obesidade e o excesso de peso têm dimensão de epidemia na Europa e que a doença pode ter se agravado de forma alarmante com a pandemia de COVID-19.
“59% da população adulta e 1 em cada três crianças em idade escolar europeias têm excesso de peso ou obesidade, um panorama que foi poderá ter sido agravado pelas restrições impostas pela pandemia de COVID-19 que poderão ter conduzido a inadequados hábitos alimentares e padrões de atividade física”.
No Brasil, o relatório público do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional aponta que, até setembro de 2022, mais de 340 mil crianças de 5 a 10 anos de idade foram diagnosticadas com obesidade.
Paralelo a isso, a pandemia da COVID-19 fez com que nossas crianças ficassem muito mais tempo expostas às telas seja do computador ou da televisão. O que fazer diante deste cenário é um desafio para nós adultos. O problema todo parece estar relacionado a um estilo de vida que já apontava problemas e que foi agravado com a pandemia.
Como professora de escola pública e atualmente trabalhando em uma escola de educação infantil, observei que o retorno às aulas presencias representou um choque na alimentação de algumas crianças, visto que não queriam comer a comida da escola. Frutas, legumes e verduras eram vistos com desconfiança por eles, o arroz e o feijão ganham de longe na preferência de alguns. Ficou evidente que em casa as crianças comem o que elas gostam, o que na escola nem sempre é possível.
Se olharmos mais de perto, vemos que as preferencias giram em torno das comidas processadas como: pizza, hambúrguer, cachorro quente, batatinha frita, salgadinhos, massinhas instantâneas, entre outros. O refrigerante é um vício, eles adoram. O problema é que são hábitos alimentares nada saudáveis e que podem ocasionar problemas de saúde mais adiante. Como mediar a situação é a grande questão, e me parece que as famílias têm uma responsabilidade fundamental nesse processo. Alguns “nãos” serão necessários, para o bem dos pequenos.
Susana de Azevedo Araújo é Professora na Rede Municipal de Educação de Porto Alegre
E-mail: susiaa@terra.com.br
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