A noite do dia 11 de julho de 1887 foi marcada por uma tragédia nos mares do sul do Brasil. O vapor Rio Apa, que transportava carga e passageiros, naufragou entre Bojurú e Rio Grande. A embarcação havia saído do Rio de Janeiro e tinha como destino Montevidéu.
O vapor Rio Apa foi construído na Escócia, encomendado pela Companhia Nacional de Navegação a Vapor. Na noite da tragédia, transportava em torno de 120 pessoas.
Após um forte temporal de chuva, vento e, por consequência, enormes ondas, o vapor naufragou. Não houve nenhum sobrevivente neste que foi considerado o maior desastre marítimo do século XIX.
A maioria das pessoas a bordo eram militares. Houve enorme comoção pública e política, na medida em que a maioria dos mortos pertencia à elite brasileira. Foi por causa dessa tragédia que a já moribunda monarquia brasileira levou a cabo discussões e debates sobre as dificuldades da navegação na costa sul, entre as quais se destacava a ausência de cartas náuticas.
Além disso, o naufrágio do vapor Rio Apa fomentou o início da construção dos molhes da barra, em Rio Grande. O objetivo era evitar o assoreamento do canal de acesso ao Porto. A obra foi concluída somente em 1915.
Três ruas do bairro São João, na Zona Norte de Porto Alegre, homenageiam militares mortos no naufrágio do Rio Apa:
Vilela Tavares - Jerônimo Vilela de Castro Tavares. Foi professor e deputado em Pernambuco. Participou da Revolução Liberal de 1848. Naquela circunstância, foi preso e exilado em Fernando de Noronha. Doente, voltou a Pernambuco e foi libertado em 1851, momento em que voltou a exercer o magistério. Seu pai, Jerônimo Vilela Tavares, foi um dos chefes da Revolução Pernambucana.
Souza Reis - Antônio de Souza Reis era 1º tenente da Armada.
Pereira Franco - Eduardo Fábio Pereira Franco era o capitão de mar e guerra que comandava o Rio Apa.
Navio Rio Apa.
Vítimas do sinistro do Navio Rio Apa. Revista Ilustrada. Rio de Janeiro, julho 1887.
Cristiano Fretta é escritor, professor e músico.
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