Às quatro horas do dia 12 de junho de 2023, o alarme do celular toca e nos acorda. Um despertar diferente já que abríamos os olhos para um dia completamente diferente. Nos arrumamos, nos abraçamos já que era um dia especial.
Ao abrir a porta daquela cabana, o ar gélido tocou os nossos rostos e adentrou as nossas narinas. Caminhamos pelo pátio florido até a calçada. Logo a van se aproximou. Entramos e conhecemos outras pessoas que passariam conosco por aquela experiência.
Um tempo depois, chegamos em um sítio com muitas árvores, um lagueto, um salão rústico lindamente decorado com antiguidades e um café. Todos se acomodaram do salão, aguardando ansiosamente pelo momento de desfrutar a viagem.
Percebemos o movimento dos homens na cabana auxiliar e o tempo de espera estava longo. Mas uma hora e trinta minutos depois, finalmente, partimos rumo ao nosso destino. Não sabíamos ao certo para onde estávamos sendo levados, mas tínhamos a certeza do momento único que se desvelava a nossa frente.
Estava amanhecendo quando chegamos naquele campo com grama verdinha, pasto e um rebanho ao longe. Próximo a nós, tudo sendo preparado. O som do gás inflando dois balões coloridos. Os cestos sendo organizados para nos receber. Fotos, vídeos e a ansiedade latente devido aquele momento mágico.
A aniversariante? Ah! Parecida uma criança que tinha recebido um presente muito desejado.
Instruções dadas, era o momento de entrar nos cestos. Algo completamente inusitado.
No cesto em que entramos encontrava-se o instrutor e mais quatro pessoas. A subida só era sentida pela distância do solo. Puxa! Imagens deslumbrantes!!! Enxergávamos distante..... até onde o céu se fundia com o solo.
Como é maravilhoso olhar o horizonte. Necessário.... Quantas vezes deixamos nos absorver pelas situações da Existência e temos dificuldade de enxergarmos longe? Quantas vezes nos impedimos de vivenciar a Vida na sua plenitude?
Olhando toda aquela paisagem em uma viagem onde o vento nos conduzia, com o controle do instrutor, refleti (quanta novidade!!!). Aquele momento nos mostrou que muitas vezes, podemos não ter o controle do caminho, mas podemos confiar, observar e desfrutar da viagem. Contudo, quantas vezes, apenas, confiamos, observamos e deixamos a Vida fluir?
Passamos boa parte da nossa caminhada, aprendendo a controlar tudo, afinal, parece que controle é sinônimo de segurança..... Mas em alguns momentos precisamos, simplesmente, confiar. Deixar que o tempo nos ajude a entender situações, amenizar sofrimentos, aprendendo a ressignificar momentos que podem ter sido difíceis.
Em que períodos nos permitimos observar? A observação é um passo importante no processo de reconhecimento de quem somos e o caminho que podemos trilhar.
Lá do alto, junto a pessoas que amo e outras que conheci naquele momento, agradeci. Agradeci a oportunidade de estar ali. Simplicidade do momento. Observação do momento. Confiança do momento. A Existência é recheada de momentos. Momentos que se eternizam em nossos corações.
Naquela imensidão, cantar “Parabéns pra você” foi uma sensação inimaginável. Viver a felicidade da minha mãe continua reverberando em mim. Simplesmente, seguir o desejo de alguém que amamos e que nos ama incondicionalmente é libertador!
Uma nova questão surge. Quantas vezes vivenciamos, verdadeiramente, os momentos que passamos? Tenho insistido nisto em muitos dos meus escritos. É um chamado para que possamos reconhecer quem somos, o que valorizamos, o que priorizamos e, mais do que isto, COMO experienciamos a Existência.
Claro, podem estar pensando “é fácil quando são momentos bons” e eu respondo: “Sim, com certeza!”. Os momentos bons, “relax” são essenciais para equilibrar a balança, pois inevitavelmente, as fases ruins chegam. Mais dia, menos dia, abrimos a porta e elas estão lá. Mas sinto que quando vivenciamos de uma forma mais efetiva cada situação, tudo se torna diferente.
Atualmente tem se reiterado a necessidade de “estar presente”, pois geralmente ou estamos vivenciando o passado ou o futuro... Na vida acelerada, os movimentos são rápidos e líquidos. Mas aí já é assunto para outra crônica.
Quantas sensações, percepções em uma hora de voo. Sem dúvida, uma experiência sem parâmetros.
Podem estar se perguntando, mas e o pouso?
Acharam que não ia contar? Capaz!!!
Conforme o balão ia descendo, o carro com a equipe de suporte andando pelas estradas de terra, comunicação pelo rádio, tentando direcionar o local do pouso. Uma emoção só! Instruções para o momento do pouso para ninguém se machucar. Vamos descendo, descendo, passamos rente a um local enlameado (suspense correndo em nossas veias) e.... chegamos ao solo. O esforço dos dois rapazes que seguravam as cordas do balão direcionando o pouso foi extraordinário!
A aventura recheada de emoção chegara ao seu fim. Mas permanece viva dentro de nós.
Desejo que esta experiência e as reflexões que compartilhei reverberem dentro de cada uma/ um de vocês!
Sejamos Luz!
Patrícia Ziani Benites
Psicóloga e Escritora
Canal no YouTube: Tocando o Coração Enxergando a Alma
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