Querida e querido leitor, a crônica deste mês foi construída durante o trajeto de ônibus. Ã? Não estão enganados! Isto mesmo. Delineada no balanceio de um transporte necessário e importante, nem sempre cuidado da melhor forma para conduzir as pessoas que dele necessitam.
E, já que comecei por aí, sem dúvida, preciso marcar o quanto em muitos lugares o transporte público é deixado de lado, com diminuição de horários, motorista que, além de conduzir, é cobrador, pressionado para chegar no ponto na hora certa, não importando o movimento ou o tempo de parada enquanto recebe o valor da passagem.
Gostaria até de saber se recebe o salário por dois ou é explorado. Transporte que, em alguns momentos, mais parece uma lata de sardinha de tantas pessoas exprimidas. Mas na hora da eleição, ah! Pauta na certa, assim como saúde e educação.
Aliás, a nossa memória é um tanto curta (somos trabalhados intensamente para isto). Mas acho que nem vou me atrever a discorrer sobre o assunto neste momento.
Para além destas considerações, um dos motivos para escrever durante o percurso é exatamente como desfrutamos deste momento. Olhando para a rua? Ouvindo música (ah! E aqui posso dizer que pela primeira vez, não escutei pessoas atendendo ao telefone com o viva voz acionado ou usando o celular como se fosse o único no ônibus), jogando, lendo e... escrevendo. Estes tempos "modernos" (que às vezes está igual ao filme idealizado e protagonizado por Chales Chaplin) também me possibilitou perceber que ao meu lado, alguém assistia uma aula. Olhem! Não sei se é positivo ou não. Só sei que são oportunidades.
Para aqueles que já andaram de ônibus (pois podem ter pessoas que não o utilizaram), o tempo do trajeto pode ser longo (claro, curto ou longo depende do gosto do freguês), mas como este tempo foi aproveitado? Houve uma época em que eu me percorria o itinerário de uma hora meditando. Outras vezes, os pensamentos ou a paisagem me conduzia. Em outras oportunidades, a leitura e a escrita.
Muitas vezes, reclamamos da falta de tempo, mas se fizermos um exercício de quantificar o nosso dia talvez, só talvez, vamos perceber o quanto desperdiçamos o nosso tempo com banalidades que não contribuem nem para a nossa evolução, nem para o crescimento de Gaia.
Muitas vezes, ocupamos a nossa mente com coisas vazias, que não potencializam em nada a nossa Alma. Um baita contrassenso! Ocupar com questões vazias...
Mas o que são coisas vazias? E usei este termo "coisas", pois é um substantivo no qual cabe um mundo.
Alguns momentos, podemos nos ocupar de coisas que empobrecem a Alma e impede a reflexão e escolhas que nos impossibilitam de a sensação de maior plenitude. Em algumas situações, também, pode significar a fuga para não vivermos realmente. Mas aquilo que deixamos de fazer enquanto estamos imerso em banalidades irá permanecer exatamente no lugar onde deixamos. Pode, inclusive, nos provocar mais ansiedade.
Mas em contrapartida, às vezes, nos envolver com coisas vazias (por um instante), também pode auxiliar a se afastar, momentaneamente, de algo que está difícil de lidar, para podermos ampliar a nossa percepção e retomar o prumo. A partir disto, o que diferencia é o bom senso e o equilíbrio. O problema está no extremo e na tendência que as futilidades possuem de "capturar" a nossa subjetividade. Aí é mais um problema...
Mas o que toda está conversa tem a ver com expectativas? Nada! Ou... tudo. Depende do gosto do freguês.
No imenso mosaico que a Existência se constitui, as expectativas geralmente, estão permeando a linha das costuras que fazemos ou a cola ou, ainda, a fita adesiva que usamos. Estão presentes na caminhada da maioria das pessoas. Buscamos alcançar objetivos, pelo menos parte de nós, deseja.
Aí aparecem as perguntas: Será que vai dar certo? Vou conseguir? Será que fiz o que necessitava? Bem como, outras tantas que podes lembrar.
Assim neste mês, mais alguns sonhos estão prestes a se concretizar. E, as expectativas estão espalhadas pelo ar.
Com imensa Gratidão, através do Coletivo Cultura e Ancestralidade, a qual tem na Casa Tyiwaras & Tikunas uma grande expressão, estarei pela segunda vez na Festa Literária Internacional de Paraty! Uma maravilha sem precedente.
Aliada a esta oportunidade, lançarei o livro "Crônicas da Existência". Inicialmente, na FLIP e posteriormente em Porto Alegre, no final de outubro. Em novembro, na 70ª Feira do Livro de Porto Alegre, onde terei a grata satisfação de participar, mais uma vez, da Vitrine de Lançamento. Outras cositas, estarei compartilhando nas redes.
Como não ter expectativas? Claro que as tenho. Mas assim como o trajeto de ônibus, tudo depende da forma como desfrutamos do momento. Espero ter Sabedoria e curtir muito junto com vocês!
Antes de me despedir, desejo que arte possa Fortalecer a Esperança de que tudo que estamos vivendo neste planeta através dos desastres e guerras sejam pacificadas e possamos caminhar com mais Paz e Equilíbrio.
Sejamos Luz, Paz, Sabedoria!
Patricia Ziani Benites
Psicóloga e escritora
Autora dos livros Tocando o Coração - Enxergando a Alma e Em busca da Alma perdida
Canal Youtube: Tocando o Coração Enxergando a Alma
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